sexta-feira, 29 de junho de 2007

like war

Tomou-lhe conta do corpo sem pedir licença. Usou-o, magoou-o, rasgou-o, marcou-o.

Lutaram numa guerra inglória para ambos. Ela sabendo que será vencida um dia... Ele, nem sei se saberá, que um dia perecerá nas mãos de um qualquer salvador e não mais conseguirá atormentar alguém.

Até lá, vão travando batalhas. Ele tentando crescer. Afirmar-se. Instalar-se. Ela buscando o tempo que permitirá aos outros descobrir. Eliminar. Fazê-lo sucumbir.

Ela admira-lhe a força em vingar. Renascer de novo, uma e outra vez. Agradece-lhe tudo que a ensinou a olhar, vendo. A paz que a ensinou a abraçar, mesmo no meio da luta. O ódio que a ensinou a sentir-lhe, a intervalos de vómitos suportados.

Ele de certo admira-lhe a vida. Inveja-a. Cobiça-a. Anseia furtá-la.

Ele tomou-lhe o corpo sem pedir licença. A ela ficou-lhe a mente, mais forte, poderosa. Invencível.

Por entre batalhas, esvai-se o tempo. Ela cansada, extenuada, não se renderá. Agarra numa mão a nova arma, na outra o punhado de risos que o destroçará. Ele insiste. Persiste. Teima. Ela deixa-se ir, confiante do saber de outrém e da sua própria vontade.

Numa luta inglória, se extinguirão ambos. Abatidos pelo cessar-fogo que o tempo imporá.

O tempo... sempre o tempo. Ainda o tempo. O tempo dele esgotar-se-á. O tempo dela esgota-se...

E eu extasiada, guardo-os no tempo que aguarda…



quarta-feira, 27 de junho de 2007

Like a family

Imagina-se que não! Mas sim! Há famílias assim!

O avô professor, mais a avó professora. É o pai e é a mãe, mais os tios e as tias. Chegam os primos e cada um, é mais um professor, que casou cada um deles com uma outra professora. O irmão, a cunhada, mais a irmã e o marido, todos eles professores. Lá vem a sogra, acompanhada da irmã, professoras. Chega a sobrinha, a mais nova professora da família.

Todos juntos em família, se reunem a festejar, mas o diabo do festejo acaba sempre a trabalhar. “ah e tal... as avaliações”. “ah e tal os exames”. “ah e tal as candidaturas à universidade”. “ah e tal acabarm o curso”. Pelo menos podiam ser todos professores do mesmo ano.

É o que dá pertencer a uma família atipica, em que cada um , é mais um professor. Até quando quero arejar continuo a laborar. Toda a gente tem uma família. Mas uma família normal! Porque diabo fui eu nascer numa família original?!

Há coisas que se escolhem, mas não a família. Salvam-nos da reunião (não da família), os dois mais jovens membros, um a estudar e o outro que degenerou.

Todos gostamos da família mas... uff finalmente a reunião acabou! É que, por mais boa vontade, não há quem aguente tanto professor!



(parabéns pai e sobrinha, a festa estava boa, a reunião foi cansativa e eu... adoro-vos!!)



segunda-feira, 25 de junho de 2007

Dois em um porque promessa é promessa mas eu tenho de economizar

Oh minha nossa! Logo eu que adoro correr livremente e esta gentinha com a mania de me acorrentar! GGGRRRR !!!


Enfim... Marco prometido é devido e eu não quero levar essa dívida comigo portanto cá vai.


“Há gente assim. Gente que não entendo bem (nem mal, diga-se). Gente que para mim é algo confusa, ou será sua forma de agir?... Sempre insatisfeitos. Sempre inconformados! Desejam tudo que não têm, nem enxergam o que possuem. Choram a toda a hora e a todo o momento se lamentam. Arrogância quanto baste. Agressividade sem fim. Ciúme a corroer. Mal-dizentes nas palavras. Querem tudo, não querem nada. Desprezam até a própria sombra. Gente estranha para mim. Incapazes de amar, mas capazes de se fazer amar.


Há gente assim. Gente que ri de riso aberto. Gente que ri de si próprio. Gente que sente e se ressente. Gente bela para quem olha, mesmo que o espelho não o espelhe. Gente que nasceu com ternura. Gente simples e saudável. Gente que faz da vida festa ,mesmo quando a vida se desfaz. Gente que brilha sem querer. Gente que é de verdade. Gente que sorri para a gente. Gente capaz de amar e de se fazer amar.


Porque amor não se explica, não se define, não se analisa e em toda a gente, há um pedaço de gente, capaz de fazer gente amar!”


(têm mesmo de ser 10??? Apesar de haver tantos é dificil escolher!!) Num aordem arbitrária:


vou ali e já venho ou a ternura da Leonor.

nas asas do arcanjo onde o carinho transborda.

About last night o 1º blog amoroso por onde passei (tanto quanto dizem os meus registos...)

NimbyPolis porque não podia deixar de ser.

Pensamentos perdidos em mim porque me enterneceu.

Sonhador em full-time perco-me a lê-lo.

Viagens na aldeia com textos cheios de ternura.

Mixtu a transbordar.

Astrologia para todos podem achar que não, mas é.

Desambientado um amor diferente, mas também amor.


Desta já me safei!


E como o legivel é muito cusco vamos lá a leituras para lhe satisfazer a curiosidade:


Alguns que me marcaram-me:

“ Os Lusíadas” (Camões) – pois é! Tinha uns 3 anitos quando meu pai me mostrou um livro antigo escrito numa “língua” esquisita em folhas ainda mais esquisitas e amarelinhas. Passei a pedir todas as noites que o lesse. É claro que eu não percebia nadinha!!!! Mas o livro era uma ternura de se mexer e eu adorava adormecer ao som daquela voz.

“Os Maias” (Queiroz, Eça)– foi a 1ª grande obra que li. Achei fantástico como é que alguém, apenas com palavras sem um aúnica imagem, conseguia fazer-me vizualizar uma cena.

“Do Mundo Fechado ao Universo Infinito”( Koyré, A.) – o livro que leio e releio e não me canso.

“The Culture of Terrorism” (Chomsky, Noam) – o livro que mais me despertou para algo que já me despertava.


Os últimos 3 livros:

janela do pensamento “ (Paiva, A.) – ele diz que é poesia, eu digo que são pensamentos.

A vida dele dava um blog (deu um livro) " (Pereira, J.) – porque rir faz bem.

“A Casa da Floresta” (Bradley, M. Z.) – foi um prazer relê-lo.


Alguns que aconselho:

“O Livro Negro da América” (Scowen, P.) – um outro lado da história, porque é preciso conhecer todos os lados.

“A Fórmula de Deus” (Santos, J. Rodrigues dos) – um livro lindissimo.


Na minha mesa de cabeceira:

“Depois dos Neoconservadores” (Fukuyama, F.) – a terminar o 3º capítulo.

“Métodos Não Interferentes em Pesquisa Social” (Lee, R. M.) – porque sim

“À Distância” deste Senhor - porque gosto de o ir lendo.

E mais uma carrada de trabalhos!!!!! – de autores diversos e que eu devia estar a ler em vez de “pastar” correntes!!!! :)


Passagem? Por acaso gostava de saber o que lêem estes senhores, mas nem me atrevo a perguntar...

este Bjecas

e mais este Alquimista

e ainda este Afonso


(Se eu for despedida garanto que terão de me arranjar emprego ou no minimo alimentarem-me!!!!)



sexta-feira, 22 de junho de 2007

Like a big post

Há pessoas que em última instância conseguem agradecer, até mesmo ao primo em 4º grau, que curiosamente nem têm, o facto de não conseguirem, de forma alguma “viajar até às profundezas de mala de mulher”.

Sinceramente não vejo qual a dificuldade, bastaria para tanto usarem a “teoria do coiso” que os levaria a passar umas férias na Islândia, onde, estou certa, poderiam conviver com rarissimas “espécies do ecossistema transportal”, o que “afinal até pode ser uma coisa boa”, já que os ditos cujos são “mestrados em wc”, já para não falar da vasta “cultura quatro-pisqueira” que, simpaticamente, substitui os beijos quando “não tem asterisco”.

Temos ainda a considerar que nas maravilhosas férias poderia talvez, conhecer as “70 virgens” (tens a certeza que ainda há 70?), enquanto saboreava em “13 minutos de comida”, servida “com licença” do chimpanzé Gervásio que vai dando indicações: “põe-te à direita, palhacito” e a quem é sempre possível dar como resposta “até tu, supermaxi?”.

É claro que “a tradição já não é o que era” e a Islândia por mais que tente, não se compara ao querido “Portugal, País de Cábulas ou de visionários”, sim, porque “eles andam aí” (que até o “Plutão está de volta” e ninguém está interessado em ser anjo “Fosca-se”) e a “sinceridade” é lixada e pode deixar as costas feitas num oito, ou a “camisa lavada” transformada em vestimenta havaiana onde eu pessoalmente não colocaria tanta mostarda.

Por outro lado, é de ter em conta que na Islândia o “ADN empresarial” é “a maior treta” comparada com um “liceu, cara de museu”, do qual qualquer “camarada” tem “saudades”. Em compensação “o wc inspira-me”, porque na verdade não há como um wc islandês. “Grafitizá-los” seria o ideal, mas não quero descarregar aqui a raiva, veneno destilado, ameaças veladas ou ganas sádicas, até porque em relação aos wc penso exactamente como o outro “segura-a tu” ou “timeshera lá isto”.

Mas afinal, vem isto tudo a propósito de quê? Ah sim, do primo em 4º grau que escarafunchou na mala da mulher à procura das 698 visitas das quais “5,37 vivas”, sendo que se supõe, que as restantes terão morrido intoxicadas ao fim dos 82 dias de vida. Perante tal tragédia, a “minha grande” amiga resolveu dizer “adeus” até mesmo aos “filhos”, prometendo-lhes contudo, que no “day after” o seu sucesso com a “sonda” que lhe ofereceram como medida de “segurança no aeroporto”, eliminaria qualquer “bichofóbico” que se atrevesse a ter “vontade de empernar”, o que ressalve-se, constitui a “última tentação de uma data de gente” no seu sonho de “dia ideal”.

Devo comunicar-vos que este texto não tem qualquer “significado, sabedoria ou sexo” e que é dedicado exclusivamente a alguém de quem não sou “amiga colorida ou quase namorada”, até porque, aposto que a sua jove recorreria de imediato ao “Ministério das correntes” se desconfiasse, por breves instantes, que os “desafios blogosféricos” lhe consporcavam a “gravata” do dito cujo, já de “ressaca kaput”, consequência da “gripe das aves” tratada com “manteiga de amendoim”.

Já agora informo-te que amanhã por esta hora, após tanto autógrafo e dedicatória, terás uma tal dor na pata que te fará pensar “e se fossem todos...” (porque afinal ser famoso “também dá para isto”) enquanto sorris deliciosamente entregando o livrinho e proferindo um caloroso enfadonho: “toma lá”.É que a “vingança serve-se muuuuuito fria, assim a modos que a roçar o gelado”!

“Sabes o que é que eu penso da tua OPV” (Obra Publicada e Vendida)? Que é preciso “tomates, Sr” escritor para ser “obrigado” a abdicar de alguma coisa em prol de um sonho que “sopra, sopra” um dia na nossa mente e que nem sequer está coberto pelo “seguro”.

No dia em que alguém me perguntar: mas afinal “quem é o gaijo?!?” Estou certa que deixarei escapar uma gargalhada, mesmo correndo o risco de ouvir “Tás-te a rir do quê, pá?” E responderei convicta: Gajo de tipo ou de gajo mesmo?! “Tipo? Mas qual tipo?” Aquele que eu conheci em “Lisboa 2006”, não a olhar para o ecrã da “televisão” mas ainda assim um ecrã?

E soltarei mais outra gargalhada resultante do “efeito SQUISH” que foi provocando em mim a leitura da tua “vida que dava um blog”! As nossas se calhar também davam. Mas tu, um simplório (lol) RAFEIRO ,tiveste a coragem que muitos outros nunca terão!!


Boa sorte!! :)

E obrigada! **



notinha: as aspas reproduzem os títulos e o itálico citações dos textos da obra que amanhã será lançada pelo Jorge.


(fogo, estava a ver que o índice nunca mais acabava)

terça-feira, 19 de junho de 2007

Like Spring

É claro que eu sei. Pois claro que sei! Então eu não havia de saber?!

Há que zelar pelo ambiente. Há que cuidar das culturas. Encher as barragens. Regar as plantinhas.

A chuva é necessária, faz falta. Mas… caramba!!! Eu não sou couve!!! Não preciso ser regada logo às sete da matina, depois de já ter tomado duche!! Será que é possível explicar isto ao S. Pedro?!

Além do mais, acho um desplante, uma falta de respeito, de consideração, por aquela professora que há uns anos atrás, muitos anos atrás (está bem, no século passado… ok ok no milénio passado, bolas, não deixam passar uma), me ensinou que o ano tem quatro estações, a saber: Primavera, Verão, Outono e Inverno. Eu até entendo que o S. Pedro é muito mais velho que eu e é possível que não tenha tido a mesma professora, mas ou a dele não era grande coisa, ou então o santo não era lá muito bom aluno, porque repete insistentemente: Outono, Inverno, Outono, Inverno, Outono, Inverno…

A não ser que a prima da vera esteja em greve ou, pior ainda, tenha abandonado o país, ou sido raptada.


Espero que não seja nada disso, porque senão lá terei de ir

gramar


aquela seca

sexta-feira, 15 de junho de 2007

like a dream

No silêncio da noite sentiu a memória tocar-lhe os lábios.

Num tempo fugaz. Efémero. Mordaz.

De mãos aveludadas percorreu-lhe o corpo, em doces palavras murmuradas. Caladas. Consentidas.

Vibrou ao orgasmo duma lua ofuscada.

Sensações encontradas, apanhadas, guardadas numa ansiedade violada.

No calor do abraço roubou-lhe o beijo, o fôlego e a paixão.

Num tempo curto, demasiado curto de tão longo, permitiu-se viver, reviver, cansar-se, atordoar-se, esgotar-se.

Revolveu-se. Revoltou-se.

Escutou. Indagou. Protestou. Consumou.

Na calada da noite, num momento fugaz, efémero, mordaz, o medo possuiu-se. O pânico emulou-se, o silêncio calou-se e o tempo... adormeceu.


segunda-feira, 11 de junho de 2007

Like a dog or a book?

O ambiente estava aquela treta de sempre. A multidão, só mesmo na imaginação dos mais creativos. O salvamento não deu em nada, porque o idiota do actor não consegue dizer o raio de uma deixa sem fazer xixi nas calças e chamar pelo pai não sei de quem.

Eu acho que se o “gajo” queria aparecer na TV era muito melhor ter tentado o “Fiel ou Infiel” (que por acaso, lhe assentava que nem uma luva, nas patas), ou então candidatar-se a uns episódios “Floribela” (de saia às florzinhas ficavas tão lindo)ou comer morangos com chocolate quente (eu já nem falo em mousse) que é bem melhor que o corriqueiro açucar. Enfim... há “gajos” para tudo. Este, que até dava um bom exemplar de circo, deu-lhe para aquilo.



Bem, mas à falta de melhor, aconselho-vos a arranjarem qualquer coisa útil para fazer no próximo dia 23 e NÃO SE APROXIMAREM DA FNAC COLOMBO, sob pena de correrem o risco de serem mordidos por algum RAFEIRO MAL CHEIROSO! Ou pior ainda, pelo seu escanzelado, escanifrado, antipático, nervosinho (e outros inhos que eu não posso referir enquanto não o açaimarem, a ver se deixa de dizer tanta asneira), pitosga (nota que eu não disse vesgo!!) e ainda mais mal cheiroso dono.

Está bem, se chover muito, mas mesmo muito, mesmo, mesmo muito e não der para irem à praia ou se aquilo que tiverem para fazer for ainda menos interessante que aturar um “gajo” com uma grande pancada, que resolveu escrever umas coisas sem graça nenhuma, então... está bem, passem por lá, sempre poderão ignorá-lo e admirar a sua formosa jove (esta parte é para o género masculino) ou os seus admiráveis amigos (e esta é a parte feminina).



http://rafeiroperfumado.blogspot.com/">não percam




Boa sorte Rafeirito!! :)


quinta-feira, 7 de junho de 2007

Like be happy

"Assim te vejo, te sinto, te amo

Lábios unidos, colados, em promessas nunca proferidas. Mãos entrelaçadas em nós apertados. Cabelos ao vento, despenteados, livres. Seios ofegantes em respirações incontroláveis. Ventres unidos, transpirados. Sexos unificados.

Murmúrios. Sussurros. Gemidos.

Não são dois corpos, nem duas almas, nem duas mentes. São um todo unido em amor, carinho, ternura desmedida, de sonhos imensamente sonhados, transformados em realidades, na construção do futuro desejado. Na beleza de momentos inesquecíveis.

Felicidade é olhar para trás e só ver em frente.

É não ter roupa para vestir mas ter quem a dispa.

É comer sandes de pão, beber sumo de água,

e…

Amar, na simplicidade do teu sorriso, na humidade dos teus beijos, no veludo do teu corpo, na doçura da tua voz, na sabedoria da tua mente, na tranquilidade da tua segurança, na paixão do que és!"

(youandme, 2007 [parabéns também para ti])




(imagem: deviantar.com)


FELICIDADE

É OLHAR PARA TRÁS E ACREDITAR,

QUE AINDA ASSIM,

TUDO VALEU A PENA!

E VALERÁ SEMPRE A PENA!

:)




domingo, 3 de junho de 2007

like my patience

Não! A sério que eu não procuro encrenca! Elas é que vêm ter comigo!!


Conheço-o há anos, ontem tive o prazer (?) de conhecer a mais recente namorada. Lindissima é um facto! Elegante! Fora isso, é uma daquelas pessoas incapazes de um sorriso, eu desconfio que se enganaram na prótese dentária, colocaram-lhe dentes azuis e ela tem vergonha de mostrar. Simpática! (?????) Está bem, já me tinham dito, mas gosto de ser eu a tirar conclusões. Possuidora de uma modéstia invejavel, tanto que, a certa altura da conversa, referiu “eu exijo que todos os alunos me tratem por doutora!”. Acho muito bem, até porque tenho a certeza que provém de uma distinta família de apelido Dr. e, sendo assim, ele consta do seu BI desde o tempo em que o espermatozoide do progenitor, ainda andava à procura do caminho.


Após ter elogiado a minha “pobreza” em relação ao cavalo de 4 rodas em que circulo, fez um apreciável reparo à minha falta de gosto no que concerne ao azul escolhido na decoração da casa.


Na sequência dos elogios referiu o bairro sem nível, a TV em vez de um grande plasma como o seu, o computador cujo teclado branco não combina com o monitor preto, o que aliás, eu concordo plenamente e estou certa, que é por isso que acabo sempre a escrever estas tretas. Entretanto, considerou-me simpática, embora desprovida de sexualismo (eu acho que ela queria dizer sensualismo, mas deve ter-se esquecido de estudar essa parte do dicionário).


Finalmente, sentámo-nos todos à mesa e fiquei a saber que com o meu faqueiro, a distinta senhora, usaria “outro tipo de toalha, mais clássica, está a ver?!”. Estou!! Até estou a ver para além da toalha!!


Valeu-me ter sido elucidada que, afinal os bifes com cogumelos que eu confeccionei se chamam “viande au champignon” (tive que encher a boca para balbuciar aquilo correctamente) e que ela prefere pratos mais exóticos e menos vulgares.


A propósito de exóticos e invulgares, lembrei-me logo que sei fazer um acepipe. “Raspei-me” para a cozinha, “saquei” da lata de comida das gatas para dentro de uma travessa, salpiquei com uma bebida de não sei o quê de zimbre que estava no armário, mais uns salpicos de picante daquele tipo fogo, uns raminhos de salsa e uns pickles e surgi vitoriosa na sala: “Este tem de provar! Estou certa que vai gostar. Costumam servi-lo nos jantares da família real inglesa. Foi uma amiga cuja mãe é lá cozinheira que me ensinou!”


Et voilá! Fez sucesso! A senhora adorou e eu fiquei a acreditar que comida de gato é muito mais apropriado que os meros bifes com cogumelos, para servir a pessoas ilustres!

(Perdoa-me a maldade Paulo! Eu sei que amor não se escolhe, mas eu escolho o limite da minha paciência!)