quinta-feira, 12 de julho de 2007

Like thoughts

Sempre achei a poesia muito complicada. Coisa de gente erudita, coisa de deuses... ou de loucos... sei lá!

Pega-se um poema. Ouve-se o poema. Lê-se o poema. E cada um o pega à sua maneira, o ouve em sons diferenciados: umas vezes gritados outras silenciados.

O lê como bem entende, ou nem entende, ou finge que entende! E nem o poeta se entende. Às vezes ninguém se entende…


É verdade! Experimentem perguntar a um poeta: onde está o encanto? E ele responder-vos-á qualquer coisa do género:

“O encanto do deserto

não está nas dunas

não está na imensidão

está na esperança

de que a qualquer momento

pode surgir o oásis”

Só um lunático enxerga assim um deserto!


Mas tentem de novo. Vale sempre a pena tentar de novo...

“... e quando o peso da vida, esmaga os sonhos, e quando nos sentimos tão pesados, que até o respousar é cansativo.

... e quando desmontamos as gavetas, na tentativa de as arrumar e no regresso elas já não encaixam.

... e quando ficamos eternamente atrás da porta, com receio do que vamos encontrar do outro lado.

... somos ou não somos, em caso de dúvida achamos que somos”

Eu às vezes tenho dúvidas se sou... seremos?


Apesar de tudo, até eu gostava de escrever poesia. Ideias tenho muitas, falta-me é este engenho:

“Nada mais insupotável

Que a mente povoada de ideias

E não conseguir expressá-las

Apesar disso:

Uma maré ainda que seja vazia

É sempre uma maré”


Rendo-me! Eu nunca serei poeta! Até porque os poetas amam tudo e nada, num sofrimento desmedido de tão cantado.

“Um abraço, um laço

Um acorde no espaço

Sinfonia de um beijo

Um sentir

O desejo um compasso

A paixão uma pauta

Amar é piano

Orquestra, concerto, ovação”

Confessem lá: não é de louco fazer do amor canção?!


Ainda assim, às vezes, sonho ser poeta mas...

“Gostava de um dia ser poeta

Juro!

Por agora tento versejar

Pode ser que lhe apanhe o jeito

E não me venham com a falsa modéstia

A dor sinto-a

A poesia amo-a

Ela é que ainda não me disse o sim”

Ahhhh já disse sim!!! Tu é que andas aí nas nuvens e nem reparaste.


É assim que vejo o poeta. Louco, ébrio, amando cada pedaço da vida, recheando o vazio de cada momento, de cada pensamento que deixa voar pela janela para as páginas de um livro, que outros lêem inebriados, consulados, extasiados enquanto as esfolham. E podem não entender, mas sentem.


“Apenas as pessoas comuns fazem coisas

Extraordinárias

As fora do comum, limitam-se a sê-lo”

Eu não tenho a certeza se és fora do comum mas sei que, de certeza, não és comum.

E se o tempo não me faltar, nem a memória me falhar, eu hei-de aprender como tu

“E quando o vazio preenche os meus dias

E quando as palavras ignoram o que sinto

Invariavelmente volto atrás

Procuro o erro, os espaços em branco

Escrevo, apago, escrevo, até ficar preenchido”


Eu e a poesia nunca nos entendemos. Mas... Oh António, isso não é poesia, nem sequer rima, nem tem palavras dificeis, nem estrofes complicadas. Isso são apenas letras que, dum pensamento voaram pela janela, qual sopro de vento e aterraram numa folha de papel.


Obrigada António pela causa que esse teu livro abraça porque...

Há muito tempo que não vinhas cá...

Só devo vir quando estou bem.

Agora estás bem?

Não...

Então porque vieste?

Porque preciso ficar bem.

Vocês adultos são complicados, não são?!

Somos... por isso que vocês crianças existem... para descomplicarem :)

É que há coisas que não deviam ser, mas são…


Deixa a porta encostada que eu quero voltar...


“ poemas de António Paiva” hoje na Fnac Chiado.


(e sim, escusam de perguntar, eu respondo já que me pagam muito bem para eu publicitar! LOL)

39 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Eu vou lá estar! Também me pagam bem, claro!

Anónimo disse...

Desconfio que até te pagam mais a ti que a mim
lol

Rafeiro Perfumado disse...

Desculpa lá mas não discuto cachets... só te digo que é na ordem dos 5 dígitos!

Anónimo disse...

hã?????? 5???????? CINCO??????? poxa!!! Isso de seres famoso está a dar os seus frutos. Está visto visto que também tenho de editar qualquer coisa tipo "a minha vida não dá um livro mas devia dar para eu ganhar muita nota!"

Rafeiro Perfumado disse...

O livro não dá proveito nenhum, o verdadeiro ganho vem do ciclo de conferências que se segue. Ainda hoje vou discursar no Lar de 3ª Idade de Porto Salvo, sobre a importância do uso de fraldas Lindor.

Anónimo disse...

São as que usas?

Rafeiro Perfumado disse...

São as que menos alergia me causam às nadegas e menos pêlo levam quando as tiro! ;)

Anónimo disse...

Eu adorei!!

pergunte a Antonio se já não foi poesia o que vc fez com os fragmentos dos poemas dele.

beijo

Cristina disse...

Eu ate que gosto de certas poesias, mas como tu tambem por vezes tenho uma certa dificuldade em perceber

:)

o post ficou giro

beijinhu

rascunhos disse...

Bela adaptação das palavras do António. Gostei, verdadeiramente!

Manuel Veiga disse...

quem me (nos) dera que a publicidade fosse sempre assim. poética na forma e no conteúdo.

gostei muito. mas não estarei lá.com pena minha

abraços

Anónimo disse...

Tu dás voltas e voltas, misturas tudo como se estivesses a mexer a panela da sopa e depois queres que se entenda.

Ele devia processar-te.

Dedica-te à costura que tens futuro!

:)

Beijinhos e abraço ao António

Å®t Øf £övë disse...

foryou,
Acho que não há definição para a poesia, embora ela tente através das palavras falar de sentimentos e emoções. A verdade é quando alguém está a ler poesia em voz alta o seu som parece-se com um cântico, ou um apelo, e pode tornar-se muito agradavel. Muitas vezes a poesia tende a tentar tornar visivel aquilo que na realidade é abstracto.
O poeta mostra-nos um mundo criado por si, e que a nós a maioria das vezes nos passa ao lado. É um dom que só alguns possuem...
Beijinhos.

Alexandre disse...

Olá!

Obg pela cumplicidade, gostei muito de estar na apresentação do livro do António e de te conhecer. E vou começar a ler o livro já esta noite!

Um grande beijinho para ti muito especial!!!

*Um Momento* disse...

Só eu não pude estar
Tá mal!!!
Um beijo bem aí(*)

mar disse...

Gostei deveras de todas as quimeras que por aqui andam... digo-te apenas que não sei escrever poemas mas não me nego o jeito de os sentir.

Beijo em ti *

Passa em minha casa.

Zé Miguel Gomes disse...

:)

Nanny disse...

Pena que alguém se tenha esquecido de pagar ao tipo que devia pôr o projector a funcionar...

:P

Beijoca

mixtu disse...

poesia
o que será
coleho escreveu, por aqui a nina também
curioso poetas que não se considream poetas...

abrazo europeu

lélé disse...

Também sempre achei a poesia dos poetas muito complicada!... Mas, se tomarmos em consideração que nem tudo que rima é poesia e nem tudo que é complicado é poesia, ela torna-se menos complicada!

Alexandre Lucio Fernandes disse...

Vai entender os poetas né...

:)

Cada palavra, cada frase...
rsrs

beijos

Jonice disse...

Este é um dos posts mais gostosos que lí nos últimos tempos.

Gasolina disse...

Não tenho poemas para te "gritar"
Mas tenho um Cupido pra te oferecer.
Não rima, mas é verdade.

Beijos!

Alberto Oliveira disse...

a poesia está no nosso íntimo
nos olhos, num beijo ou num abraço,
na enorme serra ou no ribeiro ínfimo,
na destreza da mão ou no nosso cansaço.

Anónimo disse...

Dizes tu que não entendes poesia. Tomara muitos entendê-la como tu e escrevê-la com a tua sabedoria.

Só alguém com essa capacidade brinca com as palavras como tu fazes e transforma num novo texto os textos de outros, como aqui fizeste e no outro post que colocaste sobre o Rafeiro.

Não sei se tens alguma coisa publicada mas se quiseres estou pronto a editar um livro teu.

Å®t Øf £övë disse...

foryou,
Gosto de desgosto com gosto... e especialmente hoje gostava que passasses no "About Last Night"...
Beijinho.

*Um Momento* disse...

Olá:))
Hoje trago-te uma fatia de bolo e champagne
Obrigado por existires
Um beijo ... em TI!!!

(*)

foryou disse...

Erika> já perguntei mas ele respondeu-me: estás a gozar comigo???!!!! lol

Cristina> toda a gente gosta de certas poesias :) claro que sim :)

Rascunhos> adaptação não, que eu não me atrevia a tanto e nem seria capaz. Os poemas são mesmo dele!

Herético> quem lhe dera a ele que fosse melhor mas foi o melhor que consegui. pois que não esteja mas leia o livro que vai gostar :)

foryou disse...

V> Se eu me dedicasse à costura era pior ainda sabes bem :D

Art> definitivamente não é um dom que eu tenha
Bjs

Alexandre> :) outro para ti e um obrigada :)

foryou disse...

Um Momento> lamentavel minha cara (como diria o outro) :)

Dança de Lágrimas> nada mau se os sente. Vou passar sim.
Bj

Miguelgomes> :) (isso é quanto basta muitas vezes) :)

foryou disse...

Nanny> não sejas mázinha senão ponho-te o risquinho no a :P

Mixtu> curiosidades :)

Lélé> é capaz de ter razão, vou meditar sobre isso :)

Alf> é mesmo!! Vá lá a gente entendê-los :)

foryou disse...

Jonice> aposto que só leu este! É como o outro? "Fiquei em 1º lugar!! E quantos eram? Um!!!!" lol
Ainda assim obrigada!

Gasolina> agradeço sinceramente mas... para além de ter decidido não entrar em mais correntes, que eu gosto de ser livre, também não terei tempo... Bj

Legivel> q2uando eu for grande também vou aprender a comentar assim :)

foryou disse...

Anónimo> ok ok quando eu quiser publicar um livro grito: ANÓNIMOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO et voilá! :D

Art> já passei :) beijosssss

Um Momento> um beijo em ti!! PARABÉNS!! Não esqueças convidar-me de novo no próximo ano que de certeza eu vou adorar estar... :)

Nanny disse...

Vinha só perguntar se o consulado continua aberto, ou se já não há consolo possível...

:P

foryou disse...

graie Nanny, tens toda a razão é consolados de consolo e não consulados de sua exª o consul não sei de onde lol incrível é como passou um erro crasso sem que eu e os outros dessemos por isso! oh cambada lol

foryou disse...

e é grazie
irra que não acerto uma

Gasolina disse...

Foryou,

Não é para agradeceres nem fazeres coisa alguma, decisão que respeito e entendo!
Mas tb. entendes que eu te tenha querido mimar, não?

beijo.

Nanny disse...

Deixando um beijo de consolo

:D

<3*

Ana disse...

Até eu lá fui, a ignorante aqui...
E gostei tanto!
Da poesia, das pessoas LINDAS que lá estavam: o autor, que já conhecia da apresentação do livro anterior, a "apresentadora de serviço" e mais gente BOA que tive a alegria de conhecer.
Sem ofensa a ninguém, adorei conhecer quem fez a apresentação do livro!
Um beijo, Ana Correia.