Há sensívelmente 17 anos, uma mais ou menos jovem, teve a sua 1ª experiência (há sempre uma 1ª em tudo) com computadores. Armada em espertinha pensou “se eles mexem nisto eu também sou capaz!” E foi! Realmente foi capaz, até ao momento em que o monitor ficou todo preto! “Avariou?...” Telefonema para cá, telefonema para lá, umas tentativas à mistura, a visita do salvador e... “MAS ONDE É QUE TU ANDASTE A MEXER??!! FORMATASTE ESTA MMM%§#!!!” “Eu só mexi nas teclas...” E foi assim que a jovem lunática iniciou a lide de queimar as pestanas para provar que o bichinho é pacífico e não come criancinhas ao pequeno almoço. Mal imaginava ela que um dia estariam a oferecer pc´s em vez de lhe fazerem frente, muito embora a oferta só por si não valha muito, mas já é qualquer coisa...
Após sensivelmente 15 anos percorridos na Internet, concluo aquilo em que sempre acreditei: trata-se de uma mais-valia! Perniciosa se deixarmos, mas um mundo se quisermos.
Aprendi que sou eu quem manda, mesmo que a máquina tenha sempre razão!
Descobri que existe um imenso universo de conhecimento onde podemos chegar com um simples click, mas que temos de ser nós a seleccioná-lo.
Cruzei-me com toda a espécie de culturas, pensares, opiniões, saberes e, reconheço, nem sempre fui capaz de entendê-las...
Viajei pelos lugares mais reconditos do planeta e fui mais além.
Obriguei-me a cumprir regras, a obedecer a normas, a respeitar valores, sob pena de assumir as consequências.
Abri um buraquinho no meu cérebro e lá instalei o principal chip “atrás de cada monitor está um mundo e o mundo é feito de desconhecidos! Podes usar a internet mas nunca poderás permitir que te use!” (vês, ainda me lembro!)
Conheci um sem fim de gente. Gente como eu, como tu, como ele, mas cada um como si mesmo.
Na internet, como na vida, tenho imensos conhecidos, muitos quase amigos, uns quantos amigos, mas todos eles muito bons, cada um em seu personagem.
E não, não fiz amizades coloridas na internet porque tenho uma vida, que não está numa caixinha de plástico com um ecrã às cores, mas abri caminho à amizade. Porque uma amizade pode ser muito forte sem que se oiça uma voz, sem que se esteja perto ou, até mesmo, sem que alguma vez tenha existido um contacto físico ou sequer visual. O colorido fazêmo-lo nós quando nos rimos, quando discutimos, quando discordamos, quando nos descobrimos e quando desconversamos também!
Podia chamar-me Ana, Maria ou Joana. Ser morena, loira ou ruiva. Professora, balconista ou agricultora. Criança, adolescente, adulta ou anciã. Nada disso importa! A única coisa que precisa ser garantida é que cada um seja exactamente o que é!
Ao Å®t Øf £övë, das primeiras pessoas que conheci na minha inciação pela blogosfera, três anos atrás, agradeço o prémio (por acaso, agradeço-te muito mais que prémios)
E como sabes, não gosto de correntes, mas hoje porque é um dia especial, ofereço ao V, o melhor professor que tive até hoje, um dos piores colegas e sem dúvida um dos melhores amigos. Com o V aprendi a navegar, aprendi a usar a net e a não ser usada por ela, aprendi suas multiplas funções e a acrescentar-lhe mais alguma. Pela mão dele aprendi a pesquisar, a guardar e a "sacar". Pela mão dele entrei nos chats, nos icq, msn, aim, yahoo, skype, sapo e afins. Pela mão dele entrei na blogosfera. Mas, acima de tudo, foi pela mão dele que aprendi que trabalhando posso provar aquilo em que acredito e, às vezes, conseguir que outros acreditem também.